domingo, 6 de fevereiro de 2011

Da Fazenda da Conceição a Queluz de Minas


"Romeu foi batizado no Oratório da Fazenda da Conceição, em São José do Rio Preto, no dia 09 de dezembro de 1878, tendo nascido em 25 de agosto de 1878 e lá viveu sua infância junto ao seu avô materno, Joaquim Cândido. Sua avó materna, Maria Benedicta Ribeiro do Vale, já havia falecido em 1866.

Aos dezoito anos de idade, em 1896, Romeu já estava em Arcos, Minas Gerais, onde a família havia constituído a sociedade “Albuquerque & Filhos” na fazenda São Miguel.

Em Queluz de Minas veio a se casar no dia 14.02.1904, com Adélia Izabel de Almeida, filha do Coronel José Albino de Almeida Cyrino e de Izabel Cândida de Souza.

No dia 01.01.1905, com 27 anos incompletos, já exercia as funções de amanuense (secretário) da Câmara Municipal de Queluz, substituindo o colega Américo de Souza Lima e cujo presidente era o senhor José Caetano da Silva Campolina, pessoa que desfrutava do melhor conceito em toda a Minas Gerais.

João, Marianna, Adélia e Romeu alí foram sepultados no cemitério que fora doado à cidade pelo Coronel José Albino.

Eram seus irmãos:

Aníbal Guimarães de Albuquerque (N. 11.02.1871) (F. 1968)
Francisco Guimarães de Albuquerque (N. 1872) (F. 14.03.1916)
Maria Guimarães de Albuquerque (N. 1873) (F.1967)
Raul Guimarães de Albuquerque (N.1881) (F.05.06.1922)
Ranulpho Guimarães de Albuquerque, faleceu menor.


SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


“Foi Antônio Bernardino de Barros o fundador da antiga freguesia de São José do Rio Preto, hoje distrito do mesmo nome. Reza uma antiga lenda que a sesmaria da Várzea para onde trouxe seu sogro, José Francisco de Moura, pertencera ao espólio de Tiradentes. O que é verdade é que houve extrema dificuldade na posse. Antônio Bernardino comprou as duas sesmarias das Três Ilhas ao guarda-mor João Francisco de Souza, por intermédio do Coronel Manoel do Valle Amado. Colocou seu irmão, Gabriel José de Barros, casado na ilustre família Nogueira, na sesmaria dos fundos, a que deu o nome de São Miguel. José Francisco de Moura, sogro de Antônio de Barros, era irmão do legendário Bonifácio das Laranjeiras, de que se contam curiosos fatos, entre esses o ânimo varonil, a resignação evangélica com que encarou a morte. Era Moura, igualmente, irmão de Antônio Azevedo, sogro do extrangeiro Millward, cujo filho emprestou à cirurgia do tempo, nesta cidade, raro fulgor, ligando a carótida. O Moura Velho, assim chamavam José Francisco de Moura, era casado com dona Antônia, irmã de Domingos Antônio Ribeiro. As famílias das Flores (tronco Domingos Antônio), da Várzea, José Francisco De Moura e das Três Ilhas, não cruzavam com forasteiros, casando-se primos com suas primas, segundo o costume das tribos de Israel, do qual seguem certos preceitos. Todos em São José do Rio Preto, em meados do século passado tratavam-se por primos. “É a velha Sião, dizia abundantes vezes o saudoso Francisco Bernardino aos extrangeiros que bondosamente hospedava, referindo-se a São José. E acrescentava-se rindo: “Pegue-se no escuro um qualquer sujeito filho daquí e encontrar-se-á um homem honrado.” E era verdade. Nunca houve um deslize em qualquer dos seus membros. Mas, também a grande ceifadoura de vidas e a irmã mais velha da morte devoravam grande parte dos seus descendentes. Hansen ainda não falara e o ilustre Koch ainda não descobrira o bacilo da tuberculose. A lavagem dos cadáveres, antes do enterramento, era preceito religioso, ao contrário do que se dava em toda província do Rio.”
(Fonte: Trechos do Livro “Álbum do Município de Juiz de Fora”, Albino Esteves, 1915, pág. 403).
Três Ilhas= Pequena povoação contando com 300 almas, ao lado da Estrada de Ferro Rio da Flores. Existe aí uma Recebedoria Fiscal de Minas Gerais; tem agência do Correio que serve a localidade e a do Estado do Rio de Janeiro, município de Santa Thereza.

Nota: Uma filha do velho Moura casou-se com Domingos Ferreira Brandão, que doando à Irmandade de São José o terreno para a construção da Igreja criou por assim dizer o Arraial.
Todos os fazendeiros mandaram construir casas para descançarem antes de ir à missa e a povoação se fez.
Outra filha do José Francisco de Moura é dona Maria Joana, casou-se com o virtuoso português Miguel Coimbra, o homem da verdade, como lhe chamavam. E outra, dona Ignácia, com Francisco de Assis Alves.


A IGREJA DE SÃO JOSÉ DAS TRÊS ILHAS


Incrustada na paisagem do vale a matriz mais parece uma pintura:



A matriz encontra-se preservada até os dias atuais graças ao cuidado e ao zelo das pessoas da bela São José das Três Ilhas.


Dentro da Matriz encontramos um quadro onde está escrito:

“É LANÇADA A PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA MATRIZ DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, CONFORME AS EFEMÉRIDES LOCAIS DO “CORREIO DE MINAS”, JUIZ DE FORA, 20-1-1907.


MAIO, 9 – 1886 - ERA CELEBRADA A PRIMEIRA MISSA NA MATRIZ DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, IGREJA CONSTRUÍDA TODA EM PEDRA, SOB A DIREÇÃO DO MESTRE PEDREIRO PORTUGUÊS MANOEL JOAQUIM RODRIGUES, PLANTA E DIREÇÃO DO ENGENHEIRO QUINTILIANO NERY RIBEIRO. AS OBRAS FORAM CUSTEADAS PELOS SRS. GABRIEL ANTÔNIO DE BARROS (BARÃO DE SÃO JOSÉ DEL-REI), BARÃO DE SANTA JUSTA, BARÃO DE SANTA FÉ, ANTÔNIO BERNARDINO MONTEIRO DE BARROS, DOMINGOS NERY RIBEIRO, ANTÔNIO BERNARDINO DE MAGALHÃES, JOAQUIM RODRIGUES DE AQUINO LEITE, MANOEL MARCELINO DO VALE, MILITÃO FABIANO ALVES, JOAQUIM CÂNDIDO GUIMARÃES, JOAQUIM MANOEL COIMBRA, ROMUALDO CÉSAR DE MIRANDA LIMA, JOAQUIM ILDEFONSO DE BARROS, MANOEL RIBEIRO SALGADO, COMENDADOR ILDEFONSO MONTEIRO DE BARROS E PRIMO PEREIRA DA COSTA LIMA. A OBRA FICOU EM MAIS DE 200 CONTOS DE RÉIS.”



ÊXODO DE SÃO JOÃO DEL REI PARA O VALE DO PARAÍBA

Sobre o “Vale do Paraíba” Sérgio Buarque de Holanda escreveu o livro “Vale do Paraíba, Velhas Fazendas” - Cia. Editora Nacional – Editora da Universidade de São Paulo – 1975:

“Os caminhos do café:
Em 1650, Domingos Velho Cabral fez a petição de sesmaria, referindo-se ao “Caminho Novo”, pois o velho aberto pelo mesmo era entre o povoamento de Guaratinguetá e o porto. Os opositores a tal pretensão, achavam-se entre os habitantes e o conselho de Angra dos Reis contra ereção de Vila num lugar povoado com outras sesmarias na jurisdição da Ilha Grande.
Parati teve pelourinho em 1660, foi elevada a vila. Já antes, em 1611, um dos principais moradores recebera certo numero de carijós forros com a condição de empregá-los no benefício das minas.
Os habitantes às margens do Paraíba tinham vantagem em transitar animais de carga, ao passo que, pela vila do Rio de Janeiro, os artigos de consumo e o ouro se conduziam aos ombros de escravos pretos.
Em 1703, o povoado de Pindamomhangaba desmembra-se de Taubaté e cria-se a vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso e São Paulo vai-se despovoando.
Há o declínio do “norte” da capitania por motivo da conclusão do caminho prometido em 1702 pelo governo do Rio de Janeiro a Garcia Rodrigues Pais, paulista, filho de Fernão Dias Pais, permitindo a ligação direta entre o Rio e Lavras de Ouro.
O Governador se convenceu a abandonar o “caminho velho”, quando fez o percurso através de Parati a Taubaté, na direção da Mantiqueira. O Vale do Paraíba ganhou importância desde a construção do Caminho Novo de Garcia Rodrigues Pais.
O trânsito pelo vale do Paraíba tornou-se facilitado pela nova estrada.
A barra de Angra dos Reis tornou-se o escoadouro natural de grande parte do sul fluminense, boa parte da mata e boa parte do norte paulistano, só o excedendo no movimento comercial, o porto de Rio de Janeiro.
Os habitantes da região do Vale do Paraíba desenvolveram a policultura (milho, arroz, feijão, mandioca, pastagem, etc. ou, farinha, melado, rapadura e criação de porcos, chamado o ciclo da economia de subsistência, depois o “o ciclo dos engenhos” desde 1775.
Havia lavradores obrigados e lavradores livres.
Os primeiros não tinham engenhos próprios, sujeitos a negociar compensações.
Em 1849, inicia-se a era do café”.

PRIMÓRDIOS GENEALÓGICOS

Há mais de um século Porto das Flores era mata cerrada, impenetrável. Só havia um trilho, margeando o Rio Preto.
Em meados de 1826, o capitão Domingos Antônio Ribeiro, filho de João Ribeiro do Valle e descendente de uma das “Três Ilhôas”, vendeu as terras que herdara em Bom Jardim e veio comprar a fuão infante as duas sesmarias que serviram de centro ao atual distrito de Porto das Flores.

Era Domingos Antônio casado com a virtuosa senhora que se chamou Emília Guimarães Ribeiro.
Morou primeiro em um rancho de que ainda se via as ruínas em 1869, situado na foz de Ribeirão da Conceição, quando entra no Rio Preto, onde situava-se a Fazenda da Conceição, onde nasceu Romeu Guimarães de Albuquerque.

Anos mais tarde, um marchante que se dirigia para o campo, alí encontrou grande casa apalaçada que servia de moradia à família de Domingos Antônio Ribeiro do Valle e a numerosos escravos e acostados e camaradas.

Veremos depois quem era esse antigo sócio do futuro Visconde do Rio Preto.

Em 1856, a “cólera” visitou a fazenda das Flores, dizimando seus escravos e agregados.

Domingos Antônio morreu anos depois com a idade de 67 anos, deixando filhos e filhas estabelecidos com as fazendas, tal a economia, a educação e a norma de conduta seguidos naquela época.

Deixou os seguintes filhos e filhas:
1º) Henrique, do nome do seu avô materno, proprietário da Fazenda da Serra, em Várzea Grande, nas fronteiras de S. José.
Henrique Ribeiro do Valle teve ainda dois filhos:
Joaquim Ribeiro do Valle, vigia em Entre Rios e João Henrique do Valle, fazendeiro em São Francisco.
Como neto o Sr. Henrique Coimbra é abastado agricultor em São José do Rio Preto e proprietário da Fazenda da Serra.
2º) O legendário Magalhães – Francisco Ribeiro de Magalhães – patriarca da grande família dos Flores, proprietário da Fazenda de São Joaquim, solar a beira-rio. Nos degraus de pedra que lhe dava entrada jamais sentou um desvalido que não fosse socorrido.
Sob o alpendre resplandecia a serena figura do alferes Magalhães – a Providência daquelas cercanias – o anjo da paz nas contendas que surgiam.
Adquiriu o posto de alferes em combate em 1842, em Santa Luzia, sob o comando de Joaquim de Paula e Souza, bisavô pelo lado materno do ilustre médico Dr. Almada Horta.
Foi chefe do partido conservador de 1842 até os últimos dias do Império. Abriu uma escola para os ingênuos em sua fazenda.
3º) Antonio Tertuliano Ribeiro, proprietário das fazendas Penafiel, São Thomaz e Pernambuco. Era um trabalhador infatigável e honrado.
4º) Domingos Nery Ribeiro, homem culto, dono da Fazenda Alexandreta, sogro do Dr. Raul Penido.
5º) João Ribeiro do Valle, que tornou-se proprietário da chamada Fazenda Velha, a antiga morada do capitão Domingos Antônio.
6º) José Ribeiro do Valle que herdou grande parte do Porto, aonde tinha uma casa de negócio.
Importa dizer que não seguimos a ordem cronológica. Domingos Nery era o filho mais moço.
7º) D. Maria Benedicta Ribeiro do Valle, casada com Joaquim Cândido Guimarães, sócio do Visconde de Rio Preto. Em 1830 fazia parte dos lucros de D. Pedro I.

Além das terras do capitão Domingos Antônio, o distrito de Porto das Flores compreende as fazendas da Graminha, Monta-Cavallo, Mont´Alverne, Cachoeira Alegre e Palmital.

Uma linha reta liga estas duas últimas fazendas, dividindo o distrito de Porto das Flores e o de São José do Rio Preto.

Fazia também parte do sítio do maestro Manoel Marcellino do Valle, pai do glorioso Francisco Valle, e genial musicista, arrebatado na flor da idade.

Emília Benedicta de Magalhães Veloso casou-se em Rezende, a 12.07.1814, com Domingos Antônio Ribeiro do Valle, nascido e batizado na Freguesia de Ayuruoca, filho legítimo de João Ribeiro do Valle.

Com o casamento de Maria Benedicta Ribeiro do Valle (Maria Benedicta Guimarães) filha de Domingos Antônio Ribeiro do Valle e Emília Benedicta de Magalhães Veloso com Joaquim Cândido Guimarães, filho de Francisco de Paula Guimarães e Maria Venância Teixeira, ligaram-se os Ribeiro Salgado, Ribeiro do Valle, Magalhães e Guimarães.

Pela “Genealogia dos Fundadores de Cataguases”, página 332, de Arthur Rezende, conhecido genealogista, diz em seu livro que João Baptista Guimarães era casado com Prudentina Rezende e tiveram grande descendência. O filho do casal, Cristiano Guimarães, residiu em Recreio e João Guimarães em Carangola.
Havia em Porto das Flores as seguintes fazendas: São Joaquim – Serra – Cachoeira –Alexandreta - Fazenda Velha - Monta Cavalos – Laranjeira - Santa-Maria e Conceição.

A última, de Joaquim Cândido Guimarães, teve seu próprio oratório e lá foi batizado Romeu Guimarães de Albuquerque (neto de Joaquim Cândido) em dezembro de 1878, tendo Romeu nascido em 25 de agosto de 1878, na Fazenda da Conceição em Porto das Flores. Joaquim Cândido teve como sócio, o Visconde de Rio Preto: Domingos Custódio Guimarães (pai do Barão do Rio Preto, de igual nome).

Joaquim Cândido Guimarães em 05.04.1856, declara, entre outros, possuir a Fazenda Piedade e mais dois terrenos na Freguesia de São Miguel do Cajuru (depois Arcângelo).
Foi vereador eleito na cidade de Paraibuna (atual Juiz de Fora) em 1858, subordinada à Barbacena naquela época.
Consta como subdelegado de Polícia em São José do Rio Preto em 1865.
Consta como Fazendeiro de Café em 1885.

Na Fazenda das Laranjeiras faleceu José Loureiro de Albuquerque, grande musicista em 1910, segundo informação de seu sobrinho, o próprio Romeu Guimarães.


UMA PAUSA PARA ESCLARECER

Joaquim Cândido Guimarães, avô materno de Romeu Guimarães de Albuquerque, prestava serviços a seu tio, o Visconde do Rio Preto, Domingos Custódio Guimarães (0 1º do nome).
Para elucidar a afirmativa, nada melhor que transcrever trechos do livro “Valência de Ontem e de Hoje – 1792-1952” de Leoni Iório, páginas 166 a 181:

“No período agrícola nas terras do Vale do Paraíba (1801 em diante), na mata do Rio, ocorreu o êxodo da família Leite Ribeiro.
O grande promotor deste êxodo foi o Barão de Ayuruoca que teve larga atuação como propagandista da lavoura cafeeira, nas terras de Barra Mansa a Piraí e Vassouras.
Em seguida, depois foi freqüentar Valença – onde se afazendaram seus irmãos Floriano e Anastácio (este em Conservatória).
Além deste Leite Ribeiro vieram numerosíssimos primos e irmãos, estabelecidos no vale do Rio Preto, em Santa Isabel, Porto das Flores, Santa Tereza de Valença, ou em Minas, no vale do Paraibuna.
Todos eles se prendiam pelo mesmo patronímico Leite, constituindo grande quantidade de ramos fluminenses, mineiros e paulistas: Leite Ribeiro, Leite Guimarães, Paula Leite, Almeida Magalhães, Ribeiro do Valle...”

Em “Toponímia de Minas Gerais”, Joaquim Ribeiro Costa, 1970, Imprensa Oficial do Estado, página 413, lê-se:

“...Três ilhas – Top. Or. De três ilhas existentes no Rio Prêto, uma ds quais povoada, a cêrca de 15 km da vila. Cur. De São José desmembr. da paróq. De Rio Prêto do Presídio para a de Simão Pereira, por lei nº 50 de 8-IV-1836 e mencionado como paróq. De São josé do Rio Prêto por lei nº 472 de 31-V-1850. Desmemb., como paróq. Do m. de Rio Prêto para o de Santo Antônio do Paraibuna, por lei nº 598 de 19-V-1852. Rest. O município de Rio Prêto, não consta haver sido a êste incorp. O distrito de São José do Rio Prêto, que o Almanaque da Província de Minas (34) registra como pertencente em 1864 ao m. de Juiz de Fora (ex-Santo Antônio do Paraibuna) e ao qual vem pertencendo de acôrdo com os quadros da D.A. de 1903 e seguintes. Toma o nome de Torreão por lei nº 843 de 7-IX-1923 e o de São José das Três Ilhas por lei nº 955 de 4-IX-1927. Nome at. Por dec.-lei nº 148 de 17-XII-1938. Incorp. Ao m. de Belmiro Braga por lei nº 2.764 de 30-XII-1962.”


TRONCO DA FAMÍLIA GUIMARÃES



CRISTÓVÃO DA COSTA:

Cristóvão da Costa e Felícia Guimarães nascem na Freguezia de São Marinho, Arcebispado de Braga, Portugal. Alí se casam depois.

DOMINGOS DA COSTA GUIMARÃES:

Domingos da Costa Guimarães, nasceu e foi batizado na Freguesia de Santa Eulália de Fermentões do Termo da Vila de Guimarães Arcebispado de Braga, c.c. Rita de Souza do Nascimento em 02.05..1746. Esta, batizada em São JoãoDel Rei a 8.09.1730 e inventariada em 2.08.1796. Moradores na Fazenda do Saco do Rio Grande, em Carrancas, Minas Gerais. Rita era filha de José da Costa Fialho c.c. Maria de Souza Delgada, neta paterna de Manoel Francisco Feio e Antônia Maria Fialho, naturais de Lisboa, Portugal.
Foram pais de:
F1- Maria Theodora de Jesus da Costa Guimarães c.c. José do Valle Ribeiro, primeiro do nome (1740-1787), em Conceição da Barra, São João Del Rei. O casal morava na sua fazenda em Madre de Deus, em cuja Matriz está sepultado ( L.O. Nº1 de Andrelândia, fls 21) e, pela segunda vez, com Antônio Ferreira da Rosa.

F2- Pedro Custódio Guimarães c.c. Thereza Maria de Jesus.

F3- Antônio Manoel da Costa c.c. Maria do Valle Ribeiro em 01.10.1791, em São João Del Rei.
F4 – José da Costa Souza c.c. Geralda Maria Joaquina de Paiva.
F5- Ana Custódia de Paula c.c. Felisberto Ribeiro do Vale e, pela segunda vez, com Valeriano José da Rosa.
F6- Padre João da Costa Guimarães.
F7- Micaela Emerenciana do Nascimento c.c. Antônio Teixeira Marinho.
F8- Matias da Costa Guimarães c.c. Rita Joaquina e, pela segunda vez, com Maria Josefa Teixeira.
F9- Valeriano José dos Reis.
F10- Domingos José da Costa Guimarães c.c. Custódia Maria de Jesus.
F11- (Ilegível) José da Costa.
F12- Ana da Costa.
Fonte: Projeto Compartilhar / Yahoo/ por Regina Moraes Junqueira.

PEDRO CUSTÓDIO GUIMARÃES:

1755- Nasceu, na Capela do Saco, Carrancas, (atual São João Del Rei) Minas Gerais c.c. Thereza Maria de Jesus em 11.09.1782.
Se basearmos na “Relação de Habitantes” – N.S. da Conceição do Porto do Termo de São João del Rei, no Arquivo Público Mineiro, Pedro Custódio Guimarães nasceu em 1755, conforme descrição abaixo:
“Atendendo Portaria da Presidência, de 25.08.1831: Pasta número 6, documento 16, ano de 1831:
Pedro Custódio Guimarães, 76 anos, lavrador com 27 escravos.
s/m Thereza Maria de Jesus, 63 anos
Filha Anna Victória de São José, 24 anos
Filho Joaquim Pedro Guimarães, 26 anos
Filho José Hipólito Guimarães, 44 anos
Filha Maria Custódio de São José, 48 anos.”
11.03.1767- Nascimento de Thereza Maria de Jesus, batizada na Capela do Saco, Carrancas, Minas Gerais, em 16.03.1767. Filha de Manoel Pereira do Amaral e Ana Maria do Nascimento.
Ana Maria do Nascimento era filha de Diogo Garcia e da ilhoa Júlia Maria da Caridade (nascida em 08.02.1707 em Portugal).
Júlia Maria da Caridade era filha de Manoel Gonçalves Correia (O Burgão), natural da Freguesia do Divino Espírito Santo, do lugar de Feteira – ilha Faial – Açores com Maria Nunes, natural de N.S. das Angústias, Vila de Orta do Arcebispado de Angra da Ilha Faial.
Diogo Garcia foi batizado em 13.03.1690 e era filho de Matheus Luiz e Anna Garcia, da Freguesia de N.S. das Angústias, ilha Faial, neto paterno de Francisco Luiz e Maria Martins.

“20.06.1664 – nesta data, na Matriz de Santíssimo Salvador, na ilha Faial, arquipélago dos Açores, perante o vigário Manoel Denis Homem, realizou-se o casamento de Matheus Luiz, natural da Freguesia de N.S. da Luz da Ribeira dos Flamengos, da mesma ilha, filho legítimo de Francisco Luiz e Maria Martins, com Anna Garcia, natural da Freguesia do Santíssimo Salvador, filha legítima de Diogo Rodrigues e Bárbara Goulart.”
Fonte: As Ilhoas – José Guimarães – 929 –separata da Rev. Gen. Latina Nº 12 – Cx. Fl 3 a.
11.09.1782- Casamento de Pedro Custódio Guimarães com Thereza Maria de Jesus, em 11.09.1782, na Capela do Saco, Paróquia de Carrancas, Minas Gerais.
Livro 1781/1788, página 216v. Igreja Matriz de São João Del Rei, Minas Gerais.
Tiveram 16 filhos.
O berço da família inicia-se na Capela de Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco, a paróquia da Cidade de Carrancas, diocese de São João del Rei, pois é naquele local que ficava a fazenda de Pedro Custódio Guimarães e seu nome era “Fazenda do Saco”, conforme inventário que se encontra no Museu da cidade de São João del Rei (Maço 1 – cartório de 2º ofício, ano de 1835).
“No dia 1º de Fevereiro de 1755 o Bispado de Mariana deu faculdade a D. Ana Maria do Nascimento, para construir em sua fazenda uma capela, com pia batismal, em louvour a Nossa Senhora da Conceição.”
Fonte: Instituição de Igrejas do Bispado de Mariana – Cônego Raimundo Otávio da Trindade – página 250.
De Ana Maria do Nascimento a Capela passou para sua filha caçula,
D. Thereza Maria de Jesus, casada com o Alferes Pedro Custódio Guimarães e a seguir para a filha deste casal, D. Ana Vitória de São José, casada com João Antônio Gonçalves de Almeida, que passou a ser conhecido por “João Antônio do Saco” (nome da fazenda) e que foi assassinado naquele local no dia 02.03.1894.
Logo a seguir, a capela passou para a filha deste casal: Maria do Carmo Almeida (Mara), casada com seu primo Francisco Garcia de Carvalho, e parece que esta senhora foi a última pessoa da família a ser proprietária daquelas terras.
Consta que o padre Jerônimo Custódio Guimarães, filho de Pedro Custódio Guimarães, mencionado acima, mandou construir outra capela, com o nome de “Caquende”, nas proximidades do Rio Grande, perdendo importância a anterior, N.S. da Conceição do Porto do Saco.
Ana Vitória de São José fez doação de um alqueire de terras em redor da capela para as pessoas que ali quisessem construir suas casas e sua filha, D. Maria do Carmo de Almeida, completou a doação, mas parece que nada foi registrado em cartório; esta informação consta no livro de Tombos da Capela que se encontra na casa paroquial da cidade de Carrancas e também na Diocese de Campanha.
Doação:
“Digo eu abaixo assinada Ana Vitória de São José, senhora possuidora de um terreno de culturas e campos onde está situada a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco, em cujo terreno faço doação, como de fato doado tenho, a Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco, para seu logradouro e construção de casas das pessoas que quiserem formar povoação em circunferência da mesma Capela, um alqueire de terra no valor de sessenta mil réis, e desde já transfiro, o direito, domínio, ação e posse do dito alqueire de terra à mesma Capela para o fim supra declarado, do qual tomará conta o seu Zelador ou Fabriqueiro. E para constar esta doação que faço de livre e espontânea vontade, e para título da mesma fiz passar este que firmo, perante testemunhas.”
Saco, 10 de janeiro de 1879.(aa.) Ana Vitória de São José / Tta. Presente, José Leite Andrade/Tta. Presente, Antônio Leite de Andrade.”


FILHOS DO ALFERES PEDRO CUSTÓDIO GUIMARÃES E THEREZA MARIA DE JESUS

N1- Maria Custódia de São José (16.11.1783) c.c. Quartel Mestre Manoel Dias de Oliveira.
N2- José Hipólito Guimarães (08.01.1787) c.c. Marianna Zeferina de São José.
N3- Silvéria Umbelina de São José (08.10.1789), c.c. Manoel Jacinto de Carvalho.
N4- FRANCISCO DE PAULA GUIMARÃES ( ver capítulo seguinte).
N5- Antônia Joaquina de São José (25.06.1792, 14.05.1882), c.c. João Lopes de Araújo.
N6- Helena Maria do Nascimento (18.05.1793), c.c. Joaquim Gonçalves da Silva.
N7- João Pedro Guimarães (09.031791, 16.09.1835), c.c. Bárbara Vicência do Amor Divino.
N8- Rita Carolina de São José (06.10.1797, 31.12.1875), c.c. Francisco de Paula Machado.
N9- Messias Cândida de São José (26.05.1799), c.c. João Baptista Pereira.
N10- Cândida Umbelina de São José (30.08.1794, 05.06.1862), c.c. Joaquim Ignácio de Carvalho. Foram proprietários das Fazendas da Rocinha e Engenhoda Serra na Freguesia de Nossa Senhora da Conceção de Carrancas.
N11- Francisca Maria de São José (08.10.1799), c.c. João Thomaz da Costa.
N12- Domingos Custódio Guimarães, (Visconde do Rio Preto, com Grandeza, a 14.03.1867), nascido em 07.09.1802, em São João del Rei e falecido a 07.09.1868 c.c. Faustina Xavier Pestana em 22.04.1838, no Rio de Janeiro (Igreja do Engenho Velho), falecida sem sucessão.
Segundo casamento com sua sobrinha, Maria das Dores de Carvalho, em 07.08.1843 na Fazenda da Rocinha.
Ela, falecida a 12.01.1875 em Valença (Viscondessa do Rio Preto) era filha de Joaquim Inácio de Carvalho e de dona Cândida Umbelina de São José Guimarães.
(Fonte: Anuário Genealógico Brasileiro; Os Titulares do Império; pg 331).
Associou-se no primeiro império a João Francisco de Mesquita (1790-1883), barão, visconde e afinal, Marquês de Bonfim, o banqueiro que tantas vezes acudiu com avultadas quantias ao Tesouro Nacional.
Trataram os dois sócios de abastecer o Rio de Janeiro fazendo descer de Minas grandes rebanhos.
Dissolvida a sociedade, prossegue Elói de Andrade, pensou Domingos Custódio Guimarães em fazer-se fazendeiro de café encarregando um seu sobrinho e um de seus agentes para comprar duas pontas de gado e de lhe ver alguma propriedade grande em boa zona.
E, assim, em suas repetidas viagens para comprar gado, Joaquim Cândido Guimarães conheceu a palmo terras feracíssimas, terrenos pouco acidentados, boas vias (naquele tempo de comunicações pela velha estrada do comércio) procurou, às margens do Rio Preto, caminhando de Santa Bárbara e comprou então a João Pedro Maynart, duas fazendas: Flores do Paraízo e Loanda, também conhecida antigamente pelo nome de Barra das Flores.
A firma citada denominava-se “Mesquita&Guimarães” da qual o sobrinho do Visconde Joaquim Cândido Guimarães, fazia parte.
O Visconde do Rio Preto, segundo o livro, faleceu em meio a grande festa, de síncope cardíaca, em 07 de setembro de 1868, na Fazenda Paraízo. Era seu filho, o Barão do Rio Preto.
O Barão do Rio Preto, Domingos Custódio Guimarães Filho, Barão a 23.09.1874, falecido a 12.02.1876 em Valença, filho do Visconde do Rio Preto, era casado com Maria Bibiana de Araújo, falecida em outubro de 1940, filha do Visconde de Pirassinunga e neta do Marquês de Olinda.
A sexta filha, foi Julieta de Araújo Guimarães, nascida em 1876 e falecida em 04.01.1938, foi casada com Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, nascido a 05.09.1870 e que ocupou os cargos de: Ministro de Estado, Presidente de Minas Gerais e Presidente do Congresso Federal (ver “Família Andrada”) (segundo dados do Anuário Genealógico Brasileiro).
N13- Joaquim Pedro Guimarães (1807), c.c. Margarida Clara de Azevedo.
N14- Anna Vitória de São José (falecida em 17.03.1883), c.c. João Antônio Gonçalves de Almeida.
N15- Thereza Cândida de São José, c.c. Tte. Francisco de Paula Pereira.
N16- Padre Jerônimo Custódio Guimarães.

FRANCISCO DE PAULA GUIMARÃES

Francisco de Paula Guimarães, nascido em 14.11.1785 e falecido a 25.10.1863, c.c. Maria Venância Teixeira (1796) em 16.06.1811 em madre de Deus de Minas.

Ela, neta materna de Domingos Antônio Ribeiro do Vale e Emília Magalhães Ribeiro, (família Ribeiro Salgado).
Francisco morou, com a sua família, na “Fazenda Dous Irmãos”, na Freguezia de São Miguel do Cajuru, distrito de Madre de Deus, São João Del Rei, foi pai de 10 filhos:

F1- Francisca Maria de Paula c.c. João Tomas de Aquino
F2- Maria Rita Teixeira (1825) c.c. José Alves Pereira.
F3- Joaquim Cândido Guimarães (1816) c.c. Maria Benedicta Guimarães.
F4- Antônio de Paula Guimarães (1831) c.c. Maria Custódia Guimarães
F5- Maria Messias Teixeira (1833) c.c. João Evangelista de Almeida Ramos.
F6- Ana de Paula Teixeira c.c Vicente Ribeiro de Souza.
F7- João Baptista Guimarães (1829) c.c. Prudenciana Guilhermina de Resende
F8- Capitão Miguel Teixeira Guimarães (1817) c.c. Ana Teixeira Guimarães.
F9- Margarida de Paula Guimarães (1824) c.c. Antônio Teodoro de Santana.
F10-Delphina Baptista Guimarães (1836) c.c. Cutódio Camilo Ribeiro.


Estas mesmas pessoas aparecem com nomes semelhantes, porém diferente, em outros documentos, por ex:

No Doc. 16, pasta 13, data de 05.11.1831:
“Francisco de Paula Guimarães, branco, livre, 44 anos, casado, agricultor com fabrico de cana.
Maria Venância Teixeira, 32 anos, costureira.
Filhos:
Joaquim Cândido Teixeira, 20 anos, solteiro
Mariana Vitória Teixeira, 17 anos
Miguel Teixeira Guimarães, 15 anos
Ana Paula Teixeira, 13 anos
Francisco Maria Teixeira, 12 anos
Margarida Teixeira de São José, 10 anos
Rita Messias Teixeira, 9 anos
Batista Francisco Teixeira, 5 anos
Mecias Maria, 1 ano
Antônio Teixeira Guimarães, 1 mês.
58 escravos.”


Na data 1831 – Relação da População de N. S. da Conceição do Porto do Saco – Termo de São João del Rei. Pasta 06 – DOC. 16. Relação da População do Distrito de Madre de Deu, filial da Freguezia de São Migual do Cajuru, município de São João del-Rei – Comarca do Rio das Mortes, data 1840:
“29º família – 3º quarteirão. Pasta nº 06 – Doc. 9.
Francisco de Paula Guimarães, 55 anos
s/mulher Maria Venância Teixeira, 44 anos
Filhos:
Miguel Teixeira Guimarães, 23 anos (1817)
Baptista de Paula Guimarães, 11 anos (1829)
Antônio José Teixeira, 9 anos (1831)
Margarida Cândida, 16 anos (1824)
Rita Maria Teixeira, 15 anos (1825)
Maria Messias Teixeira, 7 anos (1833)
Delfina Batista Guimarães, 4 anos.” (1836)

Nota do autor: O casal teve ainda três filhos: Francisca Maria de Paula, Ana de Paula Teixeira e Joaquim Cândido Guimarães. Esta relação era dos filhos e de seus pais em 1840.



FAZENDA DOUS IRMÃOS

Traduzindo o manuscrito: Código 30 – folhas 26 e verso – nº. 100,
datado de 03 ou 05 de abril de 1856. Distrito de Madre de Deus (Nossa Senhora da Madre Deus), Freguesia de São Miguel de Cajuru (depois Arcângelo),Cidade de São João del – Rei:
"Nº 100- Os abaixos assinados possuem nesta Freguesia a Fazenda denominada “Dous Irmãos” que divide pelo rio grande acima com Manoel Justino de Araújo seguindo divisas conhecidas limitando com Miguel Teixeira Guimarães, José Teixeira da Costa, D. Bárbara, Gabriel Ribeiro Salgado, Francisco Theodoro Teixeira, Querino dos Reis, a fechar no mesmo rio Grande. Assim mais um pequeno terreno na fazenda denominada Piedade que limita com Luiz Ribeiro, Manoel Francisco, herdeiros de Sebastião Luiz, Francisco Gonçalves, Antônio Marques, José Ignácio e herdeiros de Antônio Luiz e herdeiros do Fundão. Assim mais outro terreno que divide com os mesmos sócios pertencendo a outra Freguesia, pelo córrego da Cachoeirinha acima limitando com os mesmos sócios seguindo as divisas conhecidas com D. Antonia, Vicente Ribeiro de Souza e Querino dos Reis. Assim mais outro terreno denominando José Lopes, limitando com os mesmos sócios e Manoel Justino e Patrimônio de Nossa Senhora da Madre de Deus.
Joaquim Candido Guimarães
Cap. Miguel Teixeira Guimarães
Francisco de Paula Guimarães
Antônio de Paula Guimarães
Vicente Ribeiro de Souza
José Alves Pereira
João Evangelista de Almeida
João Thomaz de Aquino
João Batista de Paula Guimarães
Custódio Camillo Ribeiro.”

Data do casamento: 16.06.1811- Madre de Deus de Minas.
Fonte: L4.p-28.1775/1798-



JOAQUIM CÂNDIDO GUIMARÃES

Joaquim Cândido Guimarães (nascido em 18 de junho de 1812 e falecido em 28 de junho de 1893) c.c. Maria Benedicta Ribeiro do Valle (falecida em 1866).

Foram pais de Marianna Augusta Guimarães c.c. João Loureiro de Albuquerque.

Maria Benedicta Ribeiro do Valle era filha de Domingos Antônio Ribeiro do Vale, casado com Emília Benedita de Magalhães Veloso, em Resende, Rio de Janeiro, em 12.07.1814.

Emília era filha do Capitão Comandante Henrique Vicente Lousada e Maria Josefa da Conceição Veloso, cunhado do Barão de Aiuruoca (Itamar Bopp “Primeiros Povoadores de Rezende” – Revista Genealógica Latina, V 9/10, pg.21).

Domingos Antônio era filho de Antônio do Vale Ribeiro, primeiro do nome, nascido em São João del Rei, Minas Gerais e falecido em 12.06.1763, quando foi inventariado. A 13.06.1739, casou-se com Rosa Maria de Jesus Gracia Pinheiro, portuguesa da Ilha Terceira e filha de João Gracia Pinheiro, português de Fayal e de Maria Leal, natural do Rio de Janeiro, tendo se realizado o casamento em São Miguel do Cajuru, município de São João del Rei. Falecendo Rosa Maria em 1783, em São João del Rei ,onde foi também inventariada. (Cartório de 1º Ofício de S.J.Rei, maço 2, letra A).

Foram pais de:

F1-Francisco de Paula Guimarães, segundo do nome.

F2-Emília Guimarães Alves (1843), c.c. José de Assis Alves (1858), filho do Tenente Francisco de Assis Alves e de Ignácia Cândida de Moura. Fundou a Fazenda de Santana em São José das Três Ilhas, falecido aos 55 anos.
N1-Francisco Guimarães Alves
N2-José Guimarães Alves, irmão gêmeo de:
N3-Joaquim Guimarães Alves
N4-João Guimarães Alves
N5- Ignácia Guimarães Alves
N6-Saint-Clair Guimarães Alves - pai de José Saint-Clair de Magalhães Alves e avô de José Rodrigues Magalhães Alves - Zuza, cidadão Benemérito da cidade de Belmiro Braga por resolução nº 074, de 29 de outubro de 2007.
N7-Victor Guimarães Alves
N8-Júlio Guimarães Alves
N9-Paula Guimarães Alves c.c. Adolpho Alves da Silveira Barbosa, filho do terceiro Barão da Santa Justa, José Alves da Silveira Barbosa.
N10- Maria Venância da Conceição Guimarães (1844) falecida ainda menor.


F3-Domingos Eugênio Guimarães (1846-1878) c.c. Maria Lobato (falecida em 1878), pais de Jarbas Guimarães c.c. Maria Guimarães de Albuquerque, irmã de Romeu Guimarães de Albuquerque.

F4-Tereza Guimarães (1847-1877) c.c. José Carlos Moreira.

F5-João Evangelista Guimarães, nascido em 28.06.1849 e falecido a 06.04.1903, em Jardinópolis, São Paulo. Casado, pela segunda vez, com Luíza Leite Ribeiro, nascida em Conservatória a 21.09.1860 e falecida em Jardinópolis, São Paulo, em 04.03.1928. Casaram-se em 03.03.1886.
Ela, filha do Major João Leite Ribeiro (1831-1889) c.c. Firmina Cândida Leite de Barros (1838-1912), neta paterna de Floriano Leite Ribeiro (1790-1871) e Josefa Emerenciana de Souza Rios, filha do Guarda-Mor, Manoel da Costa Rios, nascido na Colônia do Sacramento, falecido em 1859 e de Ana Esméria Teixeira de Souza (1770-1842).
Firmina Cândida Leite de Barros era filha de Manoel Gomes de Barros e de Cândida Firmina Ferreira Leite, esta, filha do Capitão-Mor Manoel Ferreira Leite, casado em 1792, com Josefa de Souza Monteiro.
João e Luíza foram pais de Vera Leite Guimarães (1899) casada em 29.04.1919, com o Dr. José Filadelfo Barros Azevedo (1894), Ministro do Supremo Tribunal Federal, filho de José Carneiro de Barros e Azevedo (1868-1930) e Julieta Ferreira de Lima, neto paterno do General Cornélio Carneiro de Barros e Azevedo (1837-1915) e Tereza Delfina de Barros, neta materna do General Filadelfo Augusto Ferreira Lima e Gabriela Ferreira França.

F6-Júlia Guimarães Leite (1850-1882) c.c. Júlio Leite falecido em 1879. Júlio Leite foi pai da minha “tia Julinha” casada com Francisco Guimarães de Albuquerque, irmão de Romeu Guimarães de Albuquerque.

F7-Joaquim Cândido Guimarães Filho (1852) c.c. Maria Eugênia Carvalho Gomes.

F8-Marianna Augusta Guimarães, nascida em 12.10.1856 e falecida em 26.05.1906, em Queluz de Minas, atual Conselheiro Lafaiete c.c. João Loureiro de Albuquerque.

F9-José Augusto Guimarães, faleceu solteiro em 1873.


GOVERNANTES DO BRASIL, MINAS GERAIS E CIDADE DO PARAIBUNA (1858)

Brasil...............................D. Pedro II – Imperador.
Minas Gerais...................Dr. Herculano Ferreira Pena – Presidente da Província.
Cidade do Paraibuna:
1-Dr. Manoel do Valle Amado – Presidente da Câmara
Vereadores:
2-Henrique Guilherme Fernando Halfeld
3-José Caetano de Morais e Castro
4-Antônio Caetano de Oliveira Horta
5-José Capistrano Barboza
6-José Antônio de Queiroz
7-Joaquim Cândido Guimarães
8-Feliciano Gomes Pinto Monteiro
9-Dominiciano Alves Garcia

O governo da então cidade de Paraibuna (futura Juiz de Fora) compunha-se de nove vereadores eleitos pelo povo.
O mais votado assumia automaticamente a Presidência da Câmara.


Lembrando-se de seu avô materno, Joaquim Cândido Guimarães, Romeu escreveu em seu diário no dia 08.12.1955, Dia da Padroeira da Matriz Nossa Senhora da Conceição, Conselheiro Lafaiete:

“...Era o dia da grande festa que meu avô Joaquim Cândido Guimarães oferecia aos seus, com o comparecimento de todos os filhos, netos e mais parentes e amigos.,
Conceição: esse nome traz-me saudosas recordações da minha meninice. Fartura e alegria! Como mudam os tempos!...”


FILHOS DE JOÃO LOUREIRO DE ALBUQUERQUE E DE MARIANA GUIMARÃES DE ALBUQUERQUE

F1- Anníbal Guimarães de Albuquerque, nascido em 11.02.1871, falecido em 1968, morador na cidade de Arcos, c.c. Maria José Gontijo, falecida em 03.05.1962, depois de completar mais de 60 anos de casados.

F2- Francisco Guimarães de Albuquerque, nascido em 1873, falecido em 14.03.1916, residente em Miracema, c.c. Júlia Leite de Albuquerque.

F3- Maria Guimarães de Albuquerque, nascida em 1874, c.c. Jarbas Guimarães, cunhado de Romeu Guimarães de Albuquerque, falecido a 26.01.1952, segundo comunicação de Joubert, seu filho. Ao lado, fotode Jarbas Guimarães.

F4- Raul Guimarães de Albuquerque, residente em Queluz de Minas, atual Conselheiro Lafaiete, nascido em 1882 e falecido em 1922.

F5- Romeu Guimarães de Albuquerque, nascido em 25.08.1878, na Fazenda da Conceição, na Freguezia de São José do Rio Preto. Faleceu em 27.10.1968, c.c. Adélia Isabel de Almeida, nascida em 20.02.1882 e falecida em 13.01.1939, com 56 anos de idade em Queluz de Minas.F6- Ranulpho Guimarães de Albuquerque; faleceu ainda menor.



ARCOS

Os Índios cataguases vieram para Minas vindos do Ceará e subiram o Rio São Francisco até suas nascentes, ocupando os vales dos rios das Mortes e Grande.
Ainda no século XVIII, após transporem a Mantiqueira, bandeirantes paulistas iniciaram a guerra contra os índios cataguases ali situados. Mais tarde estes também foram expulsos dos sertões de Piumhi e Tamanduá, para onde os cataguases haviam sido repelidos. Assim, fica evidente que, antes da chegada dos exploradores portugueses, a primeira ocupação da antiga província de Minas, foi feita pelos nativos cataguases, pertencentes ao tronco Ge.
A província de Minas foi desmembrada, em 1720, da de São Paulo. Em 1831 já existiam 5 comarcas em Minas: a do Rio das Mortes, a do Rio das Velhas, a de Ouro Preto, a do Serro Frio e a de Paracatu.
A comarca do Rio das Mortes possuía 8 termos: São João del Rei, São José del Rei, Tamanduá, Campanha, Barbacena, Sapucaí , Jacui e Baependi, Tamanduá, vila desde 1790, divisava ao norte com Pitangui e Paracatu, ao sul com São João e Jacui, ao leste com São José e a oeste com Araxá e Desemboque. Sua extensão era de 2916 Km2, com 38 arraiais ou distrito, e a população de 28.029 habitantes.
Arcos, que por volta de 1823 se chamava São Julião (em 1833 passou a dominar-se Arcos), era o distrito mais distante de Tamanduá, e possuía 1.175 habitantes.
Em 1839, o distrito de Formiga é elevado a categoria de vila e à cidade em 1858.
Arcos passou, assim, a pertencer à Vila de Formiga, juntamente com os distritos São João do Glória, Abadia do Portoale, dos Estiva, Aterrado e Bambuí.
A origem do nome do Município possui várias versões.
A mais corrente diz que, em tempos idos, havia uma trilha que perlongava o riacho à margem do qual se encontrava a cidade, cujo caminho era utilizado pelos valentes bandeirantes rumo à Goiás.
Certos tropeiros, vindos de longa viagem, resolveram pernoitar no local.
Alguns arcos foram deixados de lado ao desprenderem uma barrica.
No dia seguinte, ao seguir viagem, a comitiva encontra-se com outra que se dirigia ao interior de Minas Gerais.
Interpelado pelo chefe da expedição que se seguia para o interior sobre o local do pernoite anterior, o responsável pela tropa respondeu: à margem de um córrego onde deixamos alguns arcos.
Tal pergunta se repetiria algumas vezes e, pouco depois o Córrego era conhecido como Córrego dos Arcos, ou simplesmente Arcos.
Aos poucos, alguns ranchos foram sendo construídos para abrigo das comitivas e, alguns anos depois, o lugar transformou-se em povoado.
Nas últimas décadas do século XVIII, o governo da Província de Minas, nomeou o português Inácio Corrêa Pamplona como Regente dos Distritos de Piumhí, Bambuí, Campo Grande e Picada de Goiás, com o objetivo de desbravar e colonizar o sertão.
À partir daí, Pamplona ao realizar suas entradas, vai concedendo sesmarias a si mesma e a vários senhores, na sua maioria egressos do Arquipélago de Açores.
Tal arquipélago, colônia de Portugal a partir do século XV, foi imensamente habitado no século seguinte.
À partir do século XVIII, dada a densidade da população açoriana, a coroa portuguesa promove a emigração para o Brasil, sobretudo para a Capitania de Minas (1730).
Segundo fontes históricas, a população com origem açoriana que se mostrou mais acentuada na província de Minas se encontrava am Arcos, Iguatama, Pains e Formiga.
Com características bastante próprias e diferentes dos portugueses do continente, os açorianos trouxeram traços que ainda hoje são percebidos em seus descendentes da região, tais como dinamismo, independência e perspicácia.
Por volta do ano de 1829, inicia se a construção da primeira capela da localidade, a partir do qual o arrail foi crescendo vindo a ser elevado a distrito em 30 de novembro de 1842.
A 17 de dezembro de 1938, foi criado o município de Arcos, ficando este a distrito de Porto Real (hoje Iguatama), que perdeu em 1943.”
O historiador de Arcos, Lázaro Barreto, menciona os membros da família patriarcal Ribeiro do Vale, como antigos moradores na cidade.
Em 26.02.1939, era ele prefeito da cidade.
O patriarca da época em Arcos, era o senhor Custódio José da Silva Guimarães.
O casario mais antigo foi todo substituído, restando algumas casa, construídas por Juca Pinto, pai de Magalhães Pinto.
Na praça da Matriz, a rua expandiu-se em mais casas à esquerda de quem desce do que à direita, destacando-se o amplo estabelecimento comercial de Amador Gontijo.
A fazenda de Donato Andrade, denominada Calciolândia, passou para seu filho Maurício Andrade. Chamava-se antes “Fazenda São Miguel”, absorvida pela Nestlé.
Donato Andrade, em 1910, de sociedade com o pai, comprou as fazendas “Varjão da Barra” e de São Miguel, com criação de animais de raça, fabricação de queijos, exportação de suínos e, a partir de 1941, produzia leite em pó.
No ano de 1947, fundou, juntamente com os irmãos e Flávio Gutierrez, em Calciolândia, a Empresa Andrade Gutierrez.
Em 1962, vendeu a fábrica de leite em pó à Nestlé.
O progresso da cidade teve início com a chegada dos trilhos da Rede Mineira de Viação, na época Estrada de Ferro de Goiás.
Na cidade viveu, lá falecendo, o senhor Anníbal Guimarães de Albuquerque, irmão de Romeu Guimarães de Albuquerque.
Ambos faleceram no mesmo ano, 1968."


Fonte:
"Romeu Guimarães de Albuquerque e Queluz de Minas"
Fúlvio de Almeida Guimarães - Edição do Autor - 2010
www.queluzdeminas.com.br