Nota:
O texto onde recortei as informçãoes abaixo é de autoria de Francisco Sodero Toledo.
e poderá ser lido na íntegra no endereço:
http://www.valedoparaiba.com/enciclopedia/paginatema.asp?var=5&vartema=Hist%C3%B3ria¶m=Menu
O site é o www.valedoparaiba.com
"Caminho Novo de Garcia Paes:
Foi a primeira via construída oficialmente pela Coroa Portuguesa para ligar a região mineradora diretamente à cidade do Rio de Janeiro. Constituiu uma das Estradas Reais. Foi construído entre os anos de 1698 a 1709. É também conhecido pelo nome de Caminho Novo de Garcia Rodrigues Paes, seu primeiro construtor.
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Garcia Rodrigues Paes era um sertanista experiente. Havia participado ativamente da bandeira de seu pai Fernão Dias. Nesta época possuía duas roças, uma às margens do rio Paraibuna e outra na Borda do Campo. Foi a partir da Borda do Campo que Garcia Paes iniciou a abertura do caminho, contando com familiares, agregados e 40 escravos negros. Em 1700 a picada para pedestre estava aberta. Neste período ninguém poderia transitar pela estrada sem a sua permissão, a não ser que viajasse só e sem bagagem. A partir de então cuidava de aprimorá-la para que desse trânsito também para animais de carga, com objetivo de explorar o promissor privilégio de uso exclusivo da via.
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A partir de 1709 têm-se notícias do trânsito regular de tropas.
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Face à conclusão das obras do caminho em 14 de julho de 1709, o Rei de Portugal, por meio de Carta, agradecia a Garcia Rodrigues pelos relevantes serviços prestados ao País. Em 1714 o Rei ampliou seus privilégios fazendo-lhe a concessão de quatro sesmarias, bem como uma para cada filho ao longo do Caminho Novo, "como sejam: as da Borda do Campo (Registro Velho), Matias Barbosa, Paraíba do Sul, onde se encontra a cidade, e a de Macacos ao sopé da Serra, por onde desceu a estrada." (Bastos, 2003,p.25) Domingos Rodrigues, que havia concluído a obra, em reconhecimento de seus serviços, foi nomeado Cobrador das estradas e Provedor dos Quintos, em decorrência do que estabeleceu o Registro da Borda do Campo, na sesmaria que lhe fora doada pelas autoridades da colônia. Os Rodrigues, em pouco tempo, eram detentores de notáveis fortunas.
Estava delineado o roteiro do caminho aberto por Garcia Rodrígues. Partia da Borda do Campo, atravessava a Mantiqueira na garganta de João Aires, passava em João Gomes, Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira, Serraria, Entre-Rios Barra do Piraí, descia a serra do Mar sobre Macacos, Inhaúma, Pavuna, Penha para chegar a cidade do Rio de Janeiro.
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Em 1711 o Governador Antônio de Albuquerque passou pelo Caminho Novo, em marcha forçada, em 17 dias de viagem, levando 1.500 cavaleiros e 6.000 infantes das tropas mineiras para expulsar os corsários franceses, que, chefiados por Duguay Trouin, haviam invadido a cidade do Rio de Janeiro. Constatou que "já havia grandes roças em toda margem: da roça (de João Gomes, passa-se a roça do Alcaide, e passa-se para a roça de Simão Pereira." (In Bastos, 2003,28).
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O Caminho Novo "é por todos o títulos, um caminho histórico. ... a espinha dorsal de Minas" (Bastos, 2003, 26). Foi o Caminho preferido para se chegar `a região mineradora a partir do Rio de Janeiro, pois, desde o seu início, reduzia o tempo de viagem a cerca de um terço da jornada pelo Caminho Velho. Evitavam-se ainda os lamaçais da serra do Mar e a travessia marítima até Paraty.
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O Rio de Janeiro passou a centralizar a rota do povoamento, de circulação de riquezas e porto de escoamento do ouro para a Europa, até se tornar, em 1763, sede do Vice-Reino do Brasil. "