domingo, 10 de janeiro de 2010

O Início da História da Cidade


Os Índios Carijós

"O historiador mineiro Waldemar de Almeida Barbosa, em sua “Toponímia Geográfica” difundiu a idéia de que carijó era o mesmo que caboclo, isto é, mestiço de sangue indígena e branco.
Entretanto, se o termo chegou a ser usado nesta acepção, a verdade é que o vocábulo “carijós” sempre fora empregado anteriormente como sinônimo de tapuia ou ameríndio.

Ver: A Idade de Ouro no Brasil, Boxer (pg 72 e 161), o Mistério do Ouro dos Martírios, de Manuel Rodrigues Ferreira (pg 179 e 242) , Pulística, Paulo Prado (pg 52) Revista APM XIII (pg 186).

“Como os carijós eram resultantes do cruzamento dos índios goiases e caribas, do extremo norte do Brasil, de onde emigraram para o sul, chegando a ocupar vastíssima extensão, e, como o cruzamento entre brancos e índios deve ter sido intensíssimo, tanto no Arraial dos Carijós, como em outras plagas, é possível que, com o correr dos tempos, tenha o vocábulo sido empregado no sentido que alguns pretendem, isto é, o de mamelucos.

É fora de dúvida que, nos primeiros anos do século XVIII, já existia o arraial onde foi erigida a capela de Nossa Senhora da Conceição, subordinada à Matriz de Furquim.

No Arraial dos Carijós, que depois se chamou Campo Alegre dos Carijós, foi instituída a Freguesia em 1709 pelo Bispo do Rio de Janeiro e foi a décima terceira de Minas, em ordem cronológica.

É um erro supor que o Arraial tenha surgido em terreno de Jerônimo Pimentel Salgado, uma vez que foi concedida a sesmaria em 1711, quando o arraial já estava constituído, pois principiava no “ribeiro da Casa Branca, pelo caminho do povoado, até a igreja de Nossa Senhora da Conceição”.

Ao requerer sua sesmaria, Jerônimo Pimentel Salgado refere-se a uma Igreja e não a uma capela; menciona o sítio dos Carijós, freguesia de Nossa Senhora da Conceição; tudo isso corrobora a informação de Cônego Trindade de que era freguesia em 1709.

Nessa época, já outros fazendeiros aí se achavam estabelecidos, como João da Silva Costa e Amaro Ribeiro.

Segundo o mesmo Cônego Trindade, a Freguesia foi elevada à categoria de Colativa, por alvará régio de 19 de janeiro de 1752 e não criada nesta data, segundo informa a Enciclopédia dos Municípios.

"Os primeiros vigários colados foram o padre Simão Caetano de Morais Barreto, Antônio Fortunato Gomes Carneiro, Cândido Tadeu Pereira Brandão, Domiciano Teixeira Campos e José Vieira de Souza Barros.”

Nota: Trecho extraído de artigo publicado no jornal Estado de Minas de 16 de janeiro de 1966, dia de domingo."

Fonte:
Livro "Romeu Guimarães de Albuquerque e Queluz de Minas".
Fúlvio de Almeida Guimarães. Edição do Autor . 2010.
www.queluzdeminas.com.br