“ A primeira denominação dada ao lugar foi “Arraial dos Carijós”, pois naquele lugar os indígenas, na época do descobrimento do ouro por Antônio Rodrigues Arzão em 1683, o Arraial dos Carijós já estava ocupado e os índios acampados.
Os bandeirantes, em 1693, colheram três oitavoas de Ouro em Itaverava, o primeiro ouro de Minas Gerias que foi levado ao Reinado de Portugal. Tal descoberta fez afluir para a região extraordinária avalanche de aventureiros, gente de todas as espécies.
Para aqui vieram o capitão-mor Jerônimo Pimentel Salgado que exercia o cargo de autoridade absoluta da Justiça – prendia, surrava, mandava enforcar, etc. E Amaro Ribeiro Serra, nomeado guarda-mor.
Este adminsitrava as terras, o ouro e todo o partimônio material – concedia e demarcava datas minerais, onde se colhia o ouro; distribuia as águas. Era,pois, a autoridade máxima no que se refere ao matrimônio.
Sobre a paróquia, disse o sr. Quincas de Almeida: “Não se encontra o documento oficial que institiuiu a paróquia de N.S da Conceição do Campo Alegre dos Carijós. Porém, o erudito historiador Cônego Trindade, baseado em documentos os mais autorizados do nosso clero metropolitano, diz que a criação da freguezia foi em 1709. A sua elevação a colativa foi em 1752. Foi seu primeiro vigário, o padre Simão Caetano de Moraes Barreto.”
Fúlvio de Almeida Guimarães em seu trabalho, intitulado: “ Lascas e Gravetos da História dos Latinos” , Editora Itatiaia, descreve as peripécias de tal tribo com detalhes desde a vinda dos jesuitas até à Confederação dos Tamóios.
Em “Minhas recordações” da Editora Itatiaia Ltda, o Dr. Francisco de Paula Ferreira de Rezende, que foi juiz na cidade, entre inúmeras referências, sobre personalidades tradicionais daquela região, escrevia, entre outros fatos importantes, o seguinte, na página 316:
“Queluz era, portanto, naquele tempo, um dos melhores celeiros do Ouro Preto. Além dos tecidos de algodão para uso doméstico e que se encontravam por toda a parte, havia na freguezia da vila uma fazenda ou um lugar chamado São Gonçalo onde se faziam umas colchas ou antes cobertores de lã, alguns dos quais tinham no centro as armas imperiais, obra tão bonita e tão perfeita que, apesar de seu custo ser de 50$000, não será fácil obtê-los, visto que além de serem muito procurados, sobretudo para presentes, na Corte e na Província; até para a Europa, segundo vim a saber, alguns foram, por intermédio de minha sogra, para as nossas princesas que ali residiam ou para encomendas destas.”
O autor destaca ainda:
“Além da freguezia de Itaverava em que se descobriu o primeiro ouro em Minas e a de Catas Altas, em que este se mostrou mais abundante, ainda havia em Queluz um lugar que se tornou notável pela grande quantidade que aí se tirou desse metal. Este lugar chama-se de Passagem a fica a uma légua mais ou menos, de Congonhas.”
Não se deve confundir com a “passagem” de Mariana, pois havia duas localidades com o mesmo nome.
O capítulo XI do livro descreve em detalhes, costumes dos homens mais importantes de Queluz: Barão de Pouso Alegre, Cel. Antônio Rodrigues Perreira, o Conselheiro Lafaiete, seu irmão Dr. Washington Rodrigues Pereira e pessoas da família Baêta Neves."
Fonte:
"Romeu Guimarães de Albuquerque e Queluz de Minas"
Fúlvio de Almeida Guimarães. Edição do Autor. 2010.
www.queluzdeminas.com.br